IFES vai abrir 2.850 vagas para cursos gratuitos de programação de computadores

 


Na contramão da falta de vagas de empregos, a área da tecnologia tem enfrentado dificuldades para recrutar funcionários. Pensando na necessidade de profissionais no setor, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) vai começar, a partir de maio, as inscrições de 2.850 vagas, de graça, para programadores de softwares.

Os salários, dependendo do desenvolvimento desses profissionais, podem partir de R$ 2 mil, e chegar a R$ 8 mil a R$ 10 mil, ainda no primeiro ano de trabalho, segundo especialistas. 

Batizados de “Programe-se” e “Reprograme-se”, os projetos foram anunciados com exclusividade pela reportagem de A Tribuna no final de março. Os projetos têm parceria com a Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on) e foram viabilizados através de uma emenda do deputado federal Felipe Rigoni.

Foi o deputado que adiantou que as inscrições para as vagas começam a ser disponibilizadas já no próximo mês. 

Ele explicou que a ideia é ter parte das vagas voltadas para o aluno que está finalizando o ensino médio, o chamado “Programe-se.” Outra parte, o Reprograme-se, segundo o deputado é para quem já passou do ensino médio, e é de baixa renda.

“A ideia é que os alunos já saiam dos cursos com a conexão com o mercado de trabalho, estamos fazendo isso com a Act!on. Queremos, em dois anos, estar com todos esses alunos já formados para atuar”. 

Em entrevista recente ao jornal, o presidente da Act!on, Emílio Augusto Barbosa, explicou que o “Programe-se” terá cerca de 550 vagas ofertadas, com o objetivo de inserir os adolescentes no mundo da tecnologia e estimular que eles busquem a tecnologia como carreira.

A duração é de dois semestres, com parte da carga horária presencial e, 60% do curso, a distância.  

Já o “Reprograme-se”, será voltado para jovens e adultos, sem limite de idade, que estejam sem trabalhar ou estudar, ou que queiram mudar de área de atuação.

Neste caso, serão cerca de 2.300 vagas, oferecidas de forma 100% online, mas com tutores acompanhando a evolução dos alunos.

O Ifes informou que não há previsão de data certa para iniciar a abertura da inscrição.



Depois de se formar em um curso superior de jornalismo, Rosiani Ferreira, de 28 anos, já tem buscado cursos da área de tecnologia para conquistar outras oportunidades de trabalho.

Segundo ela, já tem se dedicado a alguns cursos, principalmente on-line, na área de programação. 

“Sempre gostei da linguagem de programação e tenho visto uma boa demanda por esses profissionais. Mesmo assim, sei que existe a necessidade de uma atualização constante. Não dá para ficar parada”, afirmou. 

Sobre os cursos a serem ofertados pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), ela ressaltou que ainda irá buscar mais informações para saber o perfil exigido.

Chance de trabalhar até para empresas no exterior

Em um cenário de escassez de mão-de-obra para atuar na área da tecnologia, bons profissionais da área de programação têm sido recrutados para trabalhar de forma remota para empresas de fora do País ou até para morar em outros locais para atuar presencialmente.  

O CEO da Heach Recursos Humanos, Elcio Paulo Teixeira, ressaltou que programador de software é uma das profissões mais desejadas do mercado, tanto pela falta de profissionais, quanto pela diversidade de caminhos que um programador pode seguir. 

“É um profissional que sai da escola, recém-formado, já com salário em torno de R$ 2.500, mas  essa remuneração ela pode chegar a R$ 8 mil a R$ 10 mil ainda no primeiro ano de formação, dependendo do desenvolvimento dele.”

Ele frisou que se esse profissional ele fala inglês, ainda tem condição de trabalhar remotamente para empresas de outros países.

A diretora da Center RH, Eliana Machado, revelou que a área de programação nos últimos anos está em alta, mas teve um boom de busca por profissionais ainda maior durante a pandemia. 

“Por conta da necessidade das empresas em aumentarem sua automação do dia para a noite, foi um profissional muito requisitado. Muitas empresas inclusive buscaram como saída até mesmo formar e qualificar esses profissionais”, contou.

Ela ainda revelou que nas últimas semanas chegou a preencher vagas de estágio em que a bolsa chegava a R$ 2 mil. 

Segundo a especialista, a tendência para os próximos anos é que esse mercado continue em crescimento, já que o aprimoramento é sempre exigido. 

“Quem trabalha com programação precisa entender que não basta fazer um curso. É preciso sempre se aprimorar, pois as linguagens mudam, sendo necessário sempre se atualizar. Muitos profissionais acabam prestando serviço para empresas do exterior, até mesmo atuando de home office”.


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